Curriculares - 20 de novembro - Dia Nacional da Consciência Negra

20 de novembro - Dia Nacional da Consciência Negra

Valorizar nosso folclore é respeitar nossa identidade 

Em comemoração ao Dia da Consciência Negra, os alunos do Ensino Fundamental apresentaram trabalhos iniciados em agosto, com o folclore regional brasileiro, culminando com o Dia Nacional da Consciência Negra, nesta terça (20/11).

Apresentação de cordel com o tema racismo; desfile inspirado nas roupas africanas; exposição dos cordéis produzidos pelos alunos e apresentação do Grupo de Capoeira Arte Viva, foram temas trabalhados e apresentados pelos alunos.

O objetivo foi valorizar nosso folclore, nossa identidade, foram realizados cordéis e xilogravuras alusivas à consciência negra, explica Simone, professora de História da Arte.

Durante as apresentações, a professora de história, Magda leu o seguinte texto:

20 de Novembro - Dia da Consciência Negra

 

Dia da Consciência Negra é comemorado em 20 de novembro em todo o território nacional. A data faz referência ao dia da morte de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo de Palmares. A importância da data está no reconhecimento dos descendentes africanos na constituição e na construção da sociedade brasileira. Oportunidade para debatermos sobre o racismo, a discriminação, a desigualdade social, a inclusão do negro na sociedade, a religião e cultura afro-brasileiras, entre outros temas.

 

Roupas africanas: beleza, colorido e cultura para o mundo inteiro

 

Cada povo tem sua identidade. Por sua vez, ela é a união de vários aspectos, inclusive a forma de se vestir e enfeitar o corpo. Na África, os tecidos, adornos e pinturas corporais refletem a variedade cultural de sua população.

As tradicionais roupas africanas são os trajes usados pelos nativos daquele continente. Na indumentária contemporânea, um detalhe que chama atenção, sem dúvida, é o uso de panos ou cangas para envolver os corpos das mulheres. São roupas africanas cujos tecidos, padronagens e acabamento ganharam o mundo.

A moda é uma forma de comunicação, ajuda a contar o que está acontecendo com determinada sociedade em determinado momento. Mas, se tem um povo que fala através de seus panos, literalmente, esse povo é o africano.

Enquanto isso, no mundo da moda global, as roupas africanas servem de inspiração para as grandes grifes. Tanto é que roupas, acessórios e outros itens made in África fazem o maior sucesso, inclusive por aqui.

 

Um cenário, felizmente, bem diferente de antes, quando para alguns as roupas africanas eram consideradas “inferiores”. Que bom que as ideias mudam e a diversidade cultural e estética ganha novos ares!

Muita gente talvez não faça essa associação, mas várias peças que vestimos no Brasil todos os dias foram introduzidas pelos africanos em nosso continente. Quer exemplos? Batas, turbantes, colares grandes, acessórios de cabelo, sapatos, bolsas.

Os nomes dos itens até podem ir mudando com o tempo, mas o estilo brasileiro é riquíssimo em referências africanas. Uma cultura cheia de aspectos positivos com a capacidade de transformar itens simples em composições mais elaboradas.

As mulheres de lá são mestras nisso! Em parte, pela realidade socioeconômica de certas regiões, levando as africanas a criarem um modelo de beleza muito característico, natural e extremamente feminino.

Principalmente quando chega o verão, as estampas étnicas ganham as passarelas, vitrines e ruas em tudo que é parte do mundo, sempre em sintonia com grandes destaques nas semanas de moda.

Os tons de vermelho e marrom, que simbolizam bem a cultura africana, são geralmente as estrelas dos looks, remetendo à natureza e ao relacionamento do homem com ela. Não são modelitos usados somente por mulheres que fazem questão de manter suas raízes também no vestuário. Elegantes, confortáveis e lindas, as roupas africanas estão nos closets de beldades de todas as etnias.

 

A influência da cultura africana é estampada nas cores, formas e estilo da moda atual afro-brasileira. Isso pode ser observado na utilização de tecidos coloridos, tecidos africanos, ou mesmo agregando nessa moda, artefatos regionais, como a renda e o bordado. Falar de uma moda afro é tentar sintetizar parte de uma cultura muito rica e vasta. Construímos então uma moda afro-brasileira, onde a cultura regional também nos influencia. Um grupo é identificado pelas suas vestimentas, seus costumes, sua cultura. Criando assim um estilo próprio. A valorização desse estilo é resultado da nossa política de afirmação. Sim, moda também é uma ferramenta importante pra nossa identidade.

 

Capoeira

A capoeira é uma expressão cultural brasileira que compreende os componente: arte-marcialesporte, cultura popular, dança música.

É difundida de modo oral e gestual, nas ruas e nas academias, bem como das relações de sociabilidade e familiaridade construídas entre mestres e discípulos.

Uma característica que distingue a capoeira de outras lutas é o fato de a mesma ser acompanhada por música.

É a música que decide o ritmo e o estilo do jogo, que é praticado no decorrer da roda de capoeira, um círculo de pessoas onde a capoeira é jogada.

Assim, os capoeiristas se alinham na roda de capoeira batendo palmas no ritmo do berimbau enquanto cantam a música de capoeira para os dois praticantes jogarem.


Que navio é esse
que chegou agora
é o navio negreiro
com os escravos de Angola
vem gente de Cambinda
Benguela e Luanda
eles vinham acorrentados
pra trabalhar nessas bandas
Que navio é esse
que chegou agora
é o navio negreiro
com os escravos de Angola
aqui chegando não perderam a sua fé
criaram o samba
a capoeira e o candomblé
Que navio é esse
que chegou agora
é o navio negreiro
com os escravos de Angola
acorrentados no porão do navio
muitos morreram de banzo e de frio

 


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